Aqui está o tergiversar ininterrupto que os intervalos empurram dos meus silêncios para este caderno não-papel.
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
Bolsa de homem
Muitas vezes penso que sou um dos heterosexuais mais gays do meu tempo. Hoje vejo umm homem, comum, somente um homem, no mesmo espaço móvel em que estou. Ele carrega uma bolsa, dessas de se carregar pendurada por uma tira no colo. É velha e bem gasta. A minha é nova e não sinto inveja. Apenas gosto da bolsa dele, da calça xadrez, do jeito de ser comum. Não é feio nem bonito. É maior que eu. Comum, bem comum. Tudo que pensei ser de especial, caiu para minha terra. Nem cheguei a ser um homem comum ainda. Sou imaginação a mais, existência a menos. Estou bem com isso, com esse homem comum que vejo, que inquiro em minha mente. Quem olha para ele, além de mim? O que nele chama aquele ou aquela que olha? Será mais possível agora que eu me olhe melhor? Sei apenas que neste instante me vejo mais real, por olhar para o chão, voltado para mim, somado do ter visto o homem e a sua bolsa.
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