segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

O bom é o medo

Poemas?
que nada
coisa de letras encadeadas
manias de rimas escritas
isso de dizeres que trinam
tipos que dizem
frases que contam

Poemas... 
que nada
coisa grande é o segredo
dito de coisas desditas
aquilo que ressona mudo
não fala
esconde intentos

Poemas!
que nada
coisa que vale é alegria
essa vontade arredia
tesouro vindo do medo
de vir por fim um dia
a morte da poesia.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Rasuras

 
Em nenhuma
das tuas páginas
cabem letras, não há
vaga para poesia
Já não há espaço a
quem resiste
Viver num coração
dado a ti
E que chora
enquanto ri
Pois, não desiste

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Professores em casa

Professores,

Vocês estão fazendo tudo errado, tudo errado. Greve uma ou duas vezes por ano, não adianta, não muda nada, já faz parte do calendário. Vocês precisam fazer outra coisa, desse jeito tudo fica como está.

Terminem esse ano, férias, pandorga, chinelo de dedo... e não voltem ano que vem. Simplesmente não voltem. Um ano inteiro sem dar aulas, vão pra casa, cuidem de outras coisas. Mas não é para ser greve de sindicato, por mais grana, subsídios, direitos, essas coisas, nem negociação de tempo da greve, isso não muda nada, é pra ir para casa de vez. Depois de um ano a gente vai saber se a educação tal como ela é hoje, faz falta. Só isso, um aninho sem aulas pra ver como é que fica. Ninguém mais vai confundir professor com babá por um ano inteiro e vocês podem respirar e pensar.

Vocês podem dar aulas particulares, cobrem um taxinha, vai dar mais que ir até o colégio, vão economizar muita gasolina, roupa... é até ecológico. Podem vender bolinho, pastel, pão caseiro, artesanato... enfim, estudaram, impossível que não saibam fazer outra coisa.

Depois de um ano em casa, obviamente terão pensado, refletido, negociado, criado projetos, identificado todas as obviedades que agora estão mascaradas. Esqueçam os políticos e donos de empresa-escola, quem dá aula são vocês, não dêem por um ano, depois podem dar novamente até assar. Se essa educação tiver feito falta, acertam os ponteiros e recomeçam bem analisados, se ela não faz falta tal como é, um ano dá tempo de propor o início de outra.

Grato pelos anos me alfabetizando, terno abraço a todos!

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Cridos

Era bom, farto
fácil e verdadeiro aquele tempo
de escrever poemas
acreditando neles.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Labareda Tripeira

Entre minhas memorias lembro que
andavam de mãos dadas pelo Porto
nalguns domingos, uma Francesinha
acompanhada de um imperial
que por fim jaziam ante meia Macieira...

(homenagem a cidade do Porto e a confeitaria Labareda)

Inverno Tropical

Chove, venta e troveja. O céu arfa. E de nuvens carregadas, raios disparados por sereias alcançam o cume calmo do morro que me vê.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Fazer

Se penso em construir coisas
as pequenas e possíveis
me sinto alegre

Se penso em construir coisas
e estou proibido ou não posso
me sinto infeliz

Se penso em construir coisas
e minhas mãos trabalham
me sinto realizado

Sou feito um verbo
um tipo simples que só sabe viver fazendo.

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Bambu


Basta ler os nomes dos candidatos em 2014 para saber que nenhuma ética nos governará nos próximos quatro anos. A menos que uma tempestade lave a mente dos eleitores, nossos votos serão depositados nas urnas como torcedores defendendo empresas e seus ídolos fabricados.

O titulo será novamente de quem corromper mais eleitores com pão e circo. Será preciso muito dinheiro para gastar no tapetão. O crime continuará no poder, com nosso aval. Sendo assim, esta será também a 'eleição das eleições'... Tomara que a taça seja de bambu.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

conviver existencialista

eu
de toda forma sociável
interativo ser que sou
por aqui e ali.

sou
de toda forma sociável
polemico que sou
por aqui e ali

vou
de toda forma sociável
caminhante que sou
por aqui e ali

estou
de toda forma sociável
e não sei viver
com pessoas.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

outro ponto

Que no mundo onde meus passos chegarão
Sem que meus sentidos ensurdeçam
Os que tem a dizer falem
E os estúpidos calem.

sábado, 29 de março de 2014

Consecução

Dá um passo
arrisca um
experimenta
Intenta em mim tudo que guardo...
Sim
qual Khan qual nada!
Alexandre Espartacus Homero
Todos que se representaram grandes em atos
Quais feitos de Aquiles Heródoto Eros
Nada e nenhum guardaram em si cavalaria
Ou destreza maior que esta que acende em mim
E leva em prosa verso a soma do que quiçá todos
Estes e mais outros nascidos em um
Trariam de pronto e em riste
Na disposição de vergar até o tempo
Quanto mais a distância ou as vontades
Da natureza e a mãe Terra
Só para beber uma molécula da água
Que compõe teu corpo.
A soma exponencial geométrica
De todas as progressões possíveis
Não dão conta do cálculo deste assombro
Que ultrapassa o 'n' do infinito Bang
Despoletado com um quântico movimento teu
Em direção a este eu comprimido
Em cem buracos negros sobrepostos.
Acende
Risca uma pedra na outra
Se não te dispus lume
Incandesce os olhos com uma faísca
Em pensamento a mim
E assim que a intenção de fazê-lo
Aqui for percebida
Sem veleidade construirei
O teu transporte em imagem
Em sentidos

sexta-feira, 28 de março de 2014

Ao fim e ao cabo...

No percurso que fazemos
Em vias de não mais ser
É possível que sejamos
Das possibilidades que haviam
A que nos era mais remota

Quando a estrada se fazia
Com pretensos atributos
É certo que desejávamos
Ser mais do que hoje penso
De não ser mais que idiota

Vem a vida
Venha a sorte
De haver mais que comida
E o eterno medo da morte

Vai a vida
Venha a sorte
De não ser mais que comida
No eterno reino da morte

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Conto da contemplação



Palavras. Uma profusão de termos ambíguos implodiu o extinto planeta. Juliano olhava desde si até o riacho. O dia normal alegrou a todos. Sabiam da finitude. Só coisas alegres importavam. O filho observou a ladeira que parecia escorregar por debaixo do objeto animado. Sorriu e disse, bola! O pai contemplou a imaterial completude entre o ser e o espaço. Juliano falou com os olhos, felicidade!

Inerências retóricas

escrito e dinâmico * A razão é a busca dela. Está sempre entre seu impulso e sua descoberta. ..............................