quinta-feira, 20 de novembro de 2008

poema vagal

chego sem idéia
abro a tela
junto os pincéis
imponho a pressão
sinto o vazio
desencontro o objetivo
retorno à labuta
idéia não vêm
tela se fecha
pincéis se quebram
pressão se impõem
objetivo se perde
labuta... ah não!

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Adubo Orgânico

Deverei abandonar
O de dentro de meu casebre
Um todo ajuntado de cacos
Que trouxe junto com as jóias
Da minha memória
Gravada na laje de um rio

Preciso descer a correnteza
Abandonar um tanto o meu leito
Procurar na foz outras tantas águas
Serpentear por outras muitas terras
Cair do cume de outras cachoeiras
Acumular-me em montes de poços

Pois como posso querer
Quando vieres
Dar-te um punhado de pétalas
Se neste pátio descoberto que me tornei
As plantas já reclamam
A falta do jardineiro

terça-feira, 4 de novembro de 2008

a mídia é baixa

juntados às últimas cenas
que vi na televisão
em entrevistas
sobraram ácidos
suficientes para invalidar
os resquícios de pensamento
comandados pelo raciocínio.
quando olhei para dentro da caixa branca
vi que ele derretia
e era interessante ver
todo o cinza daquela massa
que representava a fuga da selvageria
agora reduzida ao cinza não cor.
juntei todo o oco
preenchimento de ar
que assumia espaço
dando tempo ao desmanchar
semovente e indolor.
quando quase findava
o abrupto descobrimento
da futura impossibilidade
de encefalias
escrevi estas palavras
estúpidas.

Inerências retóricas

escrito e dinâmico * A razão é a busca dela. Está sempre entre seu impulso e sua descoberta. ..............................