quinta-feira, 24 de abril de 2008

Eus em monólogo

Estabelecendo empatia entre o eu de fato eu, o eu essencial e independente da consciência do eu, e o eu que quer mandar no eu, deu no que deu.

- Deixe-me escrever! Deixe-me pelo menos imprimir o que até agora está escrito... o resto eu termino a mão... depois atiro em minha cabeça e deixo uma carta pedindo para que me enterrem com as cinzas do que escrevi; e queimei...
- !!!
- ???
.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Conto egoescrito

Tá! Grande besteira essa de publicar uma idéia pra não dar idéia nenhuma, como ficou sugerido em alguns artigos que li para tentar aprender a escrever um conto. Artigos que tratavam da forma como principal ao conteúdo.
O jornal estava na mesa quando eu fingia que lia. Entrou o filósofo em casa e disse da concorrência.
Oportunidade à vista. Champanhe com churrasco. Posteridade garantida. Algumas palavras, alguns trejeitos e uma verdade revelada. A forma perfeita de ingressar no mundo ilógico da lógica escrita.
Deixei a pesquisa sobre o tema pra depois. Vi primeiro como é que se escreve ‘esse tal de conto’. Internet, conversas, releituras de algumas obras de outros escritores (quase meus colegas nessa hora).
Peguei um livro de alguns contos do Machado de Assis, lembrei de alguma coisa que li do Lima Barreto, mais “O artista de quatro mãos” do Jairo B. Pereira. Ansioso, li rapidamente o que juntei. Depois deixei tudo de lado e pesquisei na internet. Encontrei auxílio em dezenas de sites e escolhi algumas ‘coisas’.
Foi ótimo pesquisar na internet, pois enquanto entendia o que queriam me dizer para escrever um conto, me perdia nas entrelinhas.
Fui à casa do André, amigo pra todas as horas. Ele me aconselhou e eu me rebusquei num livro do Humberto Eco que trata das boas maneiras para escrever uma boa tese. A partir daí vi que quanto mais eu lia, menos compreendia. Será a minha ambição?
Sentei em frente ao computador e comecei a escrever para ver no que dava. Me meti nas letras campereando um tanto sem compromisso, como quem vai a 'lo largo'. Saiu isto que você agora está vendo. Várias vezes repeti o gesto de rabiscar nesta prancheta moderna e depois acompanhar o que por magia aparecia na tela.
Mas, a partir deste último parágrafo, senti algo que não havia sentido em outros momentos de reflexão. Mesmo que maravilhoso ou horrível, consegui montar um texto. E melhor, acreditei que compreendi o que escrevi.
É possível que alguém leia isto e entenda. È possível ainda que alguém compreenda.Acho que amanhã vou tentar novamente. Gostei de escrever para eu mesmo ler...

sábado, 5 de abril de 2008

ato reflexo

O assombro refletido em minha face
Advêm da soma de todos os flertes
De teu íntimo emanado
No colóquio que inventas
Com os seres que crias.
Persistem em ti.
Habitam-te.

Aveludado toque de sorrisos chega
Direcionado desta fonte você
Homogeneizando meus picos
De fúria e placidez
Com teu sopro de carinhos.
Sussurram em mim.
Procuram-te.

Velo vê-la novelo
Tento intentar te tecer
Creio te querer carente
Busco bastar te sonhando.
Placidez sublimada.
Fúria assombrada.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

quadragésimo

não crível - não parou - não notou
indiferença do tempo

não crível - passou - voou
o ponteiro dos dias

não crível - inteiros - findos
a soma dos anos

não crível - ter hoje nascido - sem ter hoje morrido
o compasso da vida

que bosta
o mundo insiste em não se fixar no meu umbigo

quarta-feira, 2 de abril de 2008

1/3 de 120

a carne sente
e não treme
ante o aço
fumegante
que traz a marca
latente
indelével

homem
escreve o metal
sem reservas
com orgulho
e lembrança
de ser o que é
tendo sido menino

Inerências retóricas

escrito e dinâmico * A razão é a busca dela. Está sempre entre seu impulso e sua descoberta. ..............................