O anzol enroscou na glândula
O fio no anzol enrolado
O caniço emenda o fio
O anzol do fio do caniço
A boca aberta puxou a glândula
Aberta a boca
Solto o caniço
Enrolado o fio
Preso o anzol
Exposta a glândula
Fechada a boca
Aqui está o tergiversar ininterrupto que os intervalos empurram dos meus silêncios para este caderno não-papel.
A lâmina de cada gota d'água
Em seu ritmo desenfreado de chuva
Retira lascas de pêlos encravados
Inflamados na pele
Me fecho para urrar
Em estanque pensamento
Retirando nacos de alegria
Gravados na alma
Pudera ser granizo
Quebrando minha cobertura
Fina como a possibilidade de aceite
Na entrada da primavera
O sentido de não haver sentido
Faz seguir o encravo dos pêlos
Aceitar a falta do telhado
Querer a proposta de seremos
Desnudo o que há para além da epiderme
Escarafuncho por debaixo do músculo
Reviro o interior deste bumbo
Ressonante em meu peito
Preciso de remédio
Quero tratamento
Busco minha terapia
Caminho para o mar
escrito e dinâmico * A razão é a busca dela. Está sempre entre seu impulso e sua descoberta. ..............................