quarta-feira, 11 de julho de 2007

Presunção

Sentei-me em frente ao computador para escrever mais um ensaio em forma de conto. Estou empenhado em tornar-me alguém que vive sem trabalhar.
Desempregado e desconectado, busquei uma motivação forte para empreender um trabalho.
Eu explico. Faz alguns anos, talvez uma dezena deles (ou duas) que reclamo da falta de oportunidade para ingressar em alguma carreira artística. Também poderia ser carreira de articulista. Enfim, alguma coisa que dê dinheiro suficiente para manter-me sem ter que me desgastar excessivamente. Algo que utilize umas duas horas por dia.
O mundo é um lugar ingrato, um ser como eu, que possui idéias geniais diariamente, esquecido na insignificância; é um desperdício.
Recebi uma tarefa há algum tempo atrás. Eu estava em um bar com minha esposa. Ali bebíamos uma cerveja e parlamentávamos com o dono do bar e alguns costumeiros. A cerveja estava gelada, o tempo também. O frio geralmente aproxima as pessoas.
Um doutorando, sem pestanejo, disse-me: Você deveria estudar filosofia. Você é o próprio filósofo. Vá à universidade federal e matricule-se nem que seja como aluno especial em alguma matéria. Veja como funciona a universidade, comece a estudar, busque os elementos que te faltam para explicar melhor o teu pensamento.
Comecei a dizer, do alto de meu quase título honorífico recém adquirido, que me envolvendo academicamente no estudo de outros pensadores, seria contaminado e reduzido a estudante de filosofia. Discursei sobre minha idéia de construção do pensamento livre através da autodidaxia.
O dono do bar (sociólogo) disse-me que ouvir o pensamento dos outros de forma oral ou escrita tem muitas semelhanças. Disse-me que ouvir ou ler o que foi escrito por outros pode me auxiliar na formação do meu pensamento. E sem que para isso eu precise abandonar o raciocínio livre. Saí de lá totalmente convencido de que estudar academicamente era uma boa para entender a evolução do pensamento humano. Daquele modo resolvi não ir para a universidade.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Inerências retóricas

escrito e dinâmico * A razão é a busca dela. Está sempre entre seu impulso e sua descoberta. ..............................